Li & Recomendo: Garota em Pedaços
Olá pessoal,
como têm passado? Sumi novamente, mas ainda estou por aqui. No post de hoje
trago uma resenha de livro lido recentemente. Estava com um tipo de bloqueio
para resenhas, mas eis que o livro que finalizei agorinha, por assim dizer, me
tirou desse bloqueio terrível. Sem delongas, eis a resenha. Espero que gostem!
Nos
últimos tempos, a literatura juvenil tem ganhado novos ares com uma série de
livros que deixaram de lado temas mais fantasiosos, ainda que estes ainda sejam
abordados, para tratar de assuntos mais cotidianos que afetam a vida de
milhares de jovens, mesmo que por vezes estejamos alheios ao turbilhão de sentimentos
que borbulham junto com os hormônios adolescentes. Não é estranho notar como
cada vez mais os jovens têm ido às livrarias em busca de títulos que lhes
remetam a certas particularidades suas ou de amigos e conhecidos.
Neste
sentido, o de explorar temas mais sérios e cotidianos da vida de milhares de
jovens é que chega aos leitores brasileiros o livro Garota em Pedaços (Planeta:
2017, 383 páginas). A trama, escrita pela autora estreante Kathleen Glasgow,
narra a história da adolescente de dezessete anos Charlotte Davis que está em
tratamento numa clínica psiquiátrica após tentar suicídio. A jovem se sente de
algum modo protegida e acolhida naquele ambiente hospitalar até que o plano de
saúde de sua mãe é suspenso e ela se vê obrigada a deixar a clínica e,
consequentemente, a gelada Minneapolis pela ensolarada Tucson, no Arizona, onde
uma série de novos acontecimentos contribuem de modo drástico para um giro de
360 graus em sua vida.
É
interessante observar como a autora explora o lado mais sombrio de cada um e
mostra, através da perspectiva de Charlotte, que, apesar de todos os pesares em
nossas vidas, temos que aprender a superar os traumas e, principalmente,
perceber que não podemos nos fechar para as pessoas a nossa volta, por mais que
muitas delas nos puxem para baixo. Entre tantas possibilidades apresentadas em
Garota em Pedaços, como a dor da perda, o blullyng, a solidão, relacionamento
abusivo, o vício em drogas, Glasgow acerta,
também, ao tratar do Transtorno do
Controle do Impulso (TCI), um distúrbio que impossibilita o indivíduo resistir
a vontade cometer certos hábitos nocivos, como a automutilação, por exemplo. A
escolha da autora em tratar da automutilação não ocorreu ao acaso uma vez que
ela,em nota, revelou ter decidido escrever sobre o assunto após ver uma jovem
desconhecida num ônibus e ela mesma ter ficado incapaz de lhe comunicar sua
cumplicidade uma vez que também enfrentou esta situação.
Outro
aspecto interessante na obra é o poder curativo que a arte pode exercer, uma
vez que Charlotte tem um pouco de alento para sua profunda solidão na arte, por
intermédio dos próprios desenhos que cria a partir da observação do mundo a sua
volta. Existem muitos pontos relevantes a ser considerado na obra como a
mudança de ares da personagem que em sua vida pregressa vivia num lugar gelado que combinava bastante
com seu tom frio /solitário, tendo sua primeira reviravolta ao se mudar para um
lugar mais quente/acolhedor como o Arizona, num prenuncio de que depois de um dia
gélido e triste há espaço para o calor e momentos mais reconfortantes. Desta
maneira, por esse e outro motivos, a leitura do livro é recomendado a todos os
jovens e interessados em transtornos como automutilação, tendência ao suicídio
e depressão que estão cada vez mais presentes no cotidiano de jovens e adultos.
Então foi isso
pessoal, essa foi a resenha de hoje, mas antes de encerrar, caso você não vá ler
o livro agora, mas conheça alguém ou até mesmo você esteja passando por algum problema, a seguir, alguns locais úteis
para obtenção de ajuda que constam na edição de Garota em Pedaços.
Ambulatória
Integrado de Transtorno de Impulso do Instituto de Psiquiatria do Hospital das
Clínicas de São Paulo (IPq-HCFMUSP)
Tel: (11) 2661-7805
Acesse: www.amiti.com.br
Instituto de
Psiquiatria da Universidade Federal do
Rio de Janeiro (Ipub)
Tel: (21) 3938-5574 / 3938-5578
Acesse: www.ipub.ufrj.br/
Associação
Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos (Abrata)
Tel: (11) 3256-4831
Acesse: www.abrata.org.br/
Centro de
Valorização da Vida (CVV)
Tel: 141
Acesse: www.cvv.org.br/
Rede
Brasileira de Prevenção ao Suicídio (Rebraps)
Acesse: www.rebraps.com.br/
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