Especial Halloween Parte II

Olá pessoas, venho, nesse finalzinho de domingo, dar sequência ao especial de dia das bruxas, comemorado no próximo dia 31 de outubro. Pois bem, no post anterior postei a resenha do livro Drácula do senhor Stoker; assim, hoje, postarei mais uma resenha de livro para ser degustado pelos leitores, lembrando que o livro em questão é nada mais nada menos do que a continuação de Drácula. Como assim? Simples. O vampiro mais famoso de todos os tempos retorna a vida numa sequência brilhante que não foi escrita pelo grande Bram Stoker, mas que merece igual destaque pelos motivos que poderão ser lidos na resenha a segui. Bo leitura.



Mais que um motivo para ler a sequência de Drácula

Drácula: o morto-vivo (Ediouro, Dacre Stoker e Ian Holt) é a sequência do clássico escrito por Bram Stoker, cujo sobrenome não é mera coincidência em relação a Dacre Stoker, pois, na verdade, Dacre é sobrinho-bisneto do escritor irlandês que deu vida a um dos personagens mais marcantes da literatura 
mundial.
Muito embora a sequência de Drácula fuja um pouco da original, ela tem seus méritos, uma vez que procura resgatar a história original que por vezes teve sua essência deturpada ao longo dos anos, em especial, pela indústria cinematográfica. Assim, partindo do pressuposto de resgate da obra original, é apresentado ao leitor a versão do que teria ocorrido com os personagens da trama de Bram Stoker que, ao contrário do que o leitor poderia supor, não
puderam desfrutar o “felizes para sempre”, apesar de terem transcorrido 25 anos após os acontecimentos narrados no clássico de 1897. Desse modo, Dr. Jack Seward, agora um homem destruído pelo sofrimento devido à perda de sua amada Lucy Westenra, continua a luta contra os vampiros; bem como Van Helsing, debilitado por causa da idade avançada e igualmente atormentado pela lembrança de Drácula; Artur Holmwood, que decidiu se desligar dos acontecimentos passados, que levaram a morte de sua noiva e único amor de sua vida (Lucy Westenra), se refugiando em sua mansão junto à sua esposa; além, é claro, de Mina e Jonathan Harker que vivem um casamento infeliz.
Cabe ressaltar que junto dos heróis criados por Bram Stoker, outros personagens surgem e estes, por sua vez, estão, em certa medida, ligados a acontecimentos reais, como, por exemplo, a condessa Elizabeth Bathory que ficou muito conhecida por ter assassinado várias jovens para banhar-se com seus sangues, pois acreditava que o líquido escarlate era capaz de prolongar a juventude.
Desse modo, nesta sequência de Drácula, é Bathory quem está por de trás dos misteriosos e trágicos incidentes que norteiam a trama, tanto que a condessa acaba sendo, também, ligada aos assassinatos cometidos por Jack, o Estripador, o que liga, portanto, a trama a mais um acontecimento real.
Outros pontos interessantes em Drácula: o morto-vivo, estão relacionados com a própria figura de Bram Stoker, que foi introduzido na história como mais um personagem que supostamente teria inspirado seu romance em uma história que escutara da boca de um desconhecido muitos anos atrás; com isso, Dacre Stoker e Ian Holt prestam uma homenagem ao escritor irlandês e aproveitam para levarem ao leitor algumas informações sobre o criador do vampiro mais
famoso de todos os tempos. No entanto, as referências a acontecimentos reais que dão vivacidade e dinamismo a obra não se esgotam ai, pois ainda é possível verificar que na sequência do clássico de 1897, outras informações são levadas ao conhecimento dos leitores, dentre as quais podem ser destacadas: a incorporação de Henri Salmet (aviador francês que voou de Londres a Paris no ano de 1912), que aparece brevemente na trama como um antigo conhecido do Dr. Jack Seward; Frederick Abberline (investigador-chefe no caso Jack, o Estripador), que na história aparece como um dos superiores do detetive Cotford, personagem criado por Bram Stoker, mas que não chegou a ser introduzido em seu romance; o marinheiro Coffey (membro da tripulação do Titanic, mas que acabou não embarcando no navio por, logo quando o mesmo atracou em Queenstown – Irlanda, ter tido um mal presságio), que aparece nas páginas finais da sequência de Drácula, e tantas outras referências que enriquecem a narrativa e lhe confere o tom realista buscado por Dacre Stoker e Ian Holt.
Todavia, em meio a essa riqueza de detalhes, o fato de Drácula não ser, necessariamente, levado ao pé da letra pode decepcionar, pois, para quem já leu o romance original, o vampiro de Bram Stoker não chegou a ter qualquer tipo de relacionamento com Mina Harker e, muito menos, Quincey Harker, filho de Mina e Jonathan que é citado no romance de Bram, teria sido seu filho; porém, em vista dessas e de outras modificações feitas pelo bem da essência 
da história original, o fãs podem tentar, ao menos, compreender e, por que não, aceitar essas mudanças perceptíveis, mas que, no entanto, são importantes para a continuação lógica do imponente romance de Bram Stoker. 

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